Serve-se um olhar mundano e libertino. Serve-se uma arrogância sonhadora e juvenil. Serve-se uma ironia coerente e um humor valorativo. Serve-se tradição e modernidade. Serve-se na condição humana, Brinda-se com a casmurrice pessoal!

13
Nov 08

Nos últimos anos o meu contacto, apetite, crítica e paixão pela sétima arte cresceu de uma forma titânica. Principalmente durante os meus anos de faculdade, fruto de amizades com tal gosto comum, e espólio diferenciado, o que acabou por promover uma maior circulação desta cultura, e um maior debate, visionamento e interacção.

 

Nos últimos tempos porém, os momentos dedicados ao cinema, ou ao visionamento de filmes em casa, não têm sido muitos. Mas a paixão, é claro, não se esvanece tão levemente, e por isso, sirvo hoje aqui na estalagem uma frase que descobri e saboreei:

 

“O cinema é mais do que uma arte do século XX. É uma outra parte do espírito do século XX. É o mundo visto por dentro” – Don Delillo

 

Evidentemente que a primeira parte desta afirmação nos remete para toda uma interminável discussão sobre a importância do cinema ao longo da história, mais concretamente no século passado. Melhor, sobre o peso e influência que esta arte teve em momentos históricos do século passado tão decisivos no curso da humanidade.

 

Hoje apetece-me apenas reter e remastigar casmurramente a outra parte: O cinema é o mundo visto por dentro!...

 

publicado por Casmurro às 11:01

12
Jan 08

Premissa importante para vossa análise deste post, é o facto de eu, como amante de cinema, não nutrir quase nenhum apreço nem nenhum apetite voraz pelo cinema português em geral.

 

Mas sou-vos bastante directo ao dizer que, na minha opinião, o maior e grande ponto fraco deste filme (Call Girl), é, pecado capital do cinema português, a técnica e colocação da língua portuguesa no meio cinematográfico. Não gosto. Não gosto de ouvir um diálogo em português no cinema, como se acabado de sair de uma qualquer telenovela, programa televisivo, ou mesmo conversa de café! Tem de começar a haver uma maior preocupação, no meu ponto de vista claro, por este aspecto. Porque, para acompanhar boas histórias, boas imagens e boas personagens, que reconheço, existem em alguns filmes portugueses, são indispensáveis bons diálogos, que não se conseguem exclusivamente através de um bom guião, mas também através da capacidade e técnica de linguagem dos actores. É preciso treinar em Portugal uma técnica de fala especial ao cinema.

 

Posto isto, de notar que “Foda-se” é a palavra mais ouvida no filme. Nada de novo até aqui é verdade. Logo eu que, quando justifico a minha falta de gosto pelo cinema lusitano, a justifico imediatamente com o facto dos diálogos serem feitos com toneladas de asneiras como conteúdo principal. A verdade é que este filme consegue bater qualquer outro nessa quantidade. Aliás, essa própria hipérbole de asneiras é, quero acreditar, ela própria uma crítica social do filme.

 

Esse é um dos principais fundamentos deste filme, a crítica social. Notável para mim quando José Raposo diz, e com razão, que “qualquer corrupto neste país com dois dedos de testa se safa!”. Esperava também uma Soraia Chaves superficial, mas ao invés encontrei uma personagem muito bem construída e orientada pelo António Pedro Vasconcelos. De resto como todos os outros consagrados actores que participam no filme, todos eles muito bem orientados pela realização. No fundo, grandes actores muito bem orientados, personagens muito bem construídas e interpretadas (desde o Ivo Canelas, ao Nicolau Brayner, passando pela Soraia Chaves, Joaquim de Almeida, José Rapaso, etc), e uma grande atenção à crítica social transversal a todo o filme. Película esta também bem recheada de bons momentos cómicos e de bradar ao riso.


Parabéns meu caro António Pedro Vasconcelos!



publicado por Casmurro às 17:59

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