Serve-se um olhar mundano e libertino. Serve-se uma arrogância sonhadora e juvenil. Serve-se uma ironia coerente e um humor valorativo. Serve-se tradição e modernidade. Serve-se na condição humana, Brinda-se com a casmurrice pessoal!

26
Nov 08

Porque continuo apaixonado pela cidade das sete colinas que me viu nascer, pela cidade à beira Tejo plantada que me viu crescer, pela cidade dos velhos, tradicionais e sadios bairros antigos onde me formei, pela cidade moderna onde inicio a minha vida profissional, pela cidade cada vez mais erudita, cultural e pluralista, a cujas raízes gosto sempre de voltar esporadicamente, desperta-me sempre a curiosidade e a atenção o que se passa “na minha” cidade, a admiração pelo seu passado, e o debate em torno do seu futuro.

 

Por isso, lia no outro dia numa entrevista ao Expresso, algumas respostas de Paula Teixeira da Cruz, Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e, admito, personalidade política da qual não tenho grande conhecimento pelo seu historial, mas que a certa altura respondeu a “questões alfacinhas fundamentais”, com, ao que me pareceu, grande discernimento e alguma assertividade:

 

“- Diria que Lisboa, mais do que um caso de política, é um caso de polícia?

- Eu diria que Lisboa é em grande parte um caso de polícia. Claramente.

 

- Quais são as cinco prioridades para um projecto vencedor em Lisboa?

- A primeira é o planeamento da cidade. Situações como o prédio do Largo do Rato ou a Quinta do Cabrinha, que inunda porque está em leito de cheias, só são possíveis porque não temos a cidade planificada. E isso não é assim por acaso – é assim porque isso permite decidir casuisticamente. Segunda prioridade: reestruturar a CML. Há uma cultura de arbitrariedade, de blocos de interesses, de falta de regras. Há serviços com funções duplicadas, muitas vezes triplicadas. È fulcral mudar a estrutura toda da CML. Sem isso não se consegue fazer nada. Terceira prioridade: montar uma rede social com as juntas de freguesias. Quarta: fazer o levantamento urgente da situação social de Lisboa, porque temos uma população a envelhecer, com situações de pobreza que se estão a agravar. Por fim, mobilidade e transportes públicos, porque não faz sentido que Lisboa não tenha os instrumentos de que necessita em termos de mobilidade. Acrescento outra questão: a recuperação da frente ribeirinha. É inadmissível que o Governo faça da frente ribeirinha o que bem entende.”

 

É certo que “falar” é fácil. Ter boas ideias já é mais difícil. E remar contra os interesses e dificuldades financeiras da sociedade actual, tendo a coragem de tomar as decisões certas, ainda mais complicado é. Mas todo o processo recto precisa de um início. E é sempre preferível quando a génese é positiva e de salutar para esta cidade milenar.

 

publicado por Casmurro às 23:43

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