Serve-se um olhar mundano e libertino. Serve-se uma arrogância sonhadora e juvenil. Serve-se uma ironia coerente e um humor valorativo. Serve-se tradição e modernidade. Serve-se na condição humana, Brinda-se com a casmurrice pessoal!

21
Out 09

Porque em certos momentos um simples gesto conta mais que uma adornada palavra. Porque em certos momentos é necessário ao Homem, para ser Homem, concretizar as palavras em gestos. Porque em certos momentos nos encontramos parados na vida, dançando para um lado ou para o outro conforme os fios que nos prendem, sem consciência para dar por vontade própria um passo em frente ou dois atrás. Porque em certos momentos dançamos alegremente tolos como uma marioneta.

 

“Na perspectiva anti-iluminista kleistiana, o homem, tendo perdido o seu estado originário instintivo e optado pela razão, viu-se confrontado com uma fractura entre o eu e o mundo, entre o interior e o exterior. A conquista da reflexão significou a perda essencial do seu centro de gravidade. Ora, na dança da marioneta, o gesto conta muito mais que a palavra, porque responde a uma lei e a uma força anteriores (como a beleza evocada por Hölderlin). A dança da marioneta é um acontecimento que torna presente a unidade do Todo, que faz emergir a Graça (a simetria, a mobilidade, a leveza), entendida em sentido estritamente artístico e capaz de restaurar uma condição inicial em que o corpo não possui ainda consciência.”

 

Na crítica de António Guerreiro à obra  de Heinrich von Kleist “Sobre O Teatro De Marionetas E Outros Ensaios”, In Actual Nº 1917.

publicado por Casmurro às 00:01

Concordo que os gestos valem mais que mil palavras.
É sempre mais fácil esboçar um sorriso, um olhar, um simples encolher de ombros... mas é também mais expressivo! =)
Sou a favor dos gestos e de algumas palavras!
E sou ainda mais a favor de andarmos a dançar alegremente, sem saber se damos os tais passinhos para a frente ou para trás! No meio da dança há muitas pisadelas mas também se acertam muitos passos! ;)
beijinho*
Teresa a 21 de Outubro de 2009 às 00:35

Oi Teresa!

Não concordo totalmente. O contexto subjacente será sempre bipolar no que toca à concessão de maior importância ao gesto ou à palavra.

E a vida é uma dança, ora coordenada ora completamente descoordenada, de escolhas e de passos. ;)

Beijo casmurro
Casmurro a 28 de Outubro de 2009 às 16:33

Concordo com a Té, acho que a mestria está em saber equilibrar o gesto e a palavra, talvez seja uma arte consegui-lo, não sei. E para além destes é importante não esquecer, também, tudo o resto que fica pelo caminho, quer seja o gesto não tido, a palavra não dita, ou outras coisas que tais!
É verdade que relativamente aos gestos, podemos dançar consoante a música, para a frente, para trás ou simplesmente para o lado. Quanto às palavras, as que são ditas jamais se poderão desdizer. Por isso mesmo, nada melhor que acompanhar um gesto com uma palavra! :D
Beijinhos**
Mariana a 22 de Outubro de 2009 às 18:03

A arte do equilíbrio perfeito entre o gesto e a palavra Mariana =) Atingível?..

A "dança da vida" é isso mesmo. Não só os nossos gestos e palavras, bem como os que ficaram sem ser "nossos".

*
Casmurro a 28 de Outubro de 2009 às 16:37

Não sei se será atingível mas ao menos podemos tentar que o seja. Gosto de acreditar que sim. Se há coisa pela qual gosto de reger a minha vida é o equilíbrio, qualquer que ele seja. Portanto, no meu ponto de vista faz todo o sentido que se tente.
Claro que na "dança da vida" se enquadra tudo aquilo que foi, o que podia ter sido e que não quisemos que fosse.

Mas acho que nada melhor que "dançar" sem medos, mas tentando sempre equilibrar o passo da melhor forma possível. e porque não dançar até cair?! Ao menos não olhamos para trás e não pensamos quão bom, ou não, poderia ter sido determinada dança.

Tenho dito! :D

Beijinhos**
Mariana a 28 de Outubro de 2009 às 22:13

Claro, procuramos sempre equilíbrios em todas as facetas da vida.

E certo, claro que é sempre mais fácil dizer e tentar "dançar" ao máximo, aproveitando da melhor maneira os passos, mas, e recuperando o que respondi antes à Teresa, a dança da vida é inevitavelmente uma dança feita de escolhas, que nos vão formando e formatando. Essa arte do equilíbrio é somente e simplesmente esse olhar para o passado e, sorrindo, perceber que escolheste as melhores músicas e os melhores parceiras dançando uma vida feliz.

*
Casmurro a 1 de Novembro de 2009 às 01:06

Sim, claro que sim. É tão bom quando nos distanciamos das danças dançadas e sorrimos quase que a dizer: missão cumprida! :D
Acho que nisso tenho sorte, acho que sempre que olho para trás sorrio com honestidade e com a certeza plena que certa dança me ensinou algo de novo, e na maioria das vezes algo de bom e melhor! :D

Bj**
Mariana a 1 de Novembro de 2009 às 20:36

O mundo é mesmo um conjunto de marionetas... por não vivermos isolados, estaremos sempre dependentes de todo o ambiente exterior, visto que irá influenciar a nossa forma de ser, de pensar, de fazer... e são essas influências as tais linhas que nos suportam...
Assim as nossas palavras irão estar sempre associadas aos gestos que adoptamos, e mesmo naqueles momentos em que tentamos passar uma determinada mensagem, se não agirmos em concordância, essa mensagem não terá validade...
Mas o contrário também pode acontecer, quando estamos perante algum gesto, ao transpô-lo para palavras podemos encontar um "texto" com o qual não esperávamos. Logo um gesto pode valer mais que uma palavra, tal como uma palavra pode valer mais que um gesto.. tudo é relativo :P

bjs***
Rita a 23 de Outubro de 2009 às 00:15

Concordo. Toda a importância é relativa quando não dançamos sozinhos.

Beijo casmurro Rita ;)
Casmurro a 28 de Outubro de 2009 às 16:38

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