Serve-se um olhar mundano e libertino. Serve-se uma arrogância sonhadora e juvenil. Serve-se uma ironia coerente e um humor valorativo. Serve-se tradição e modernidade. Serve-se na condição humana, Brinda-se com a casmurrice pessoal!

17
Jul 07
Cada vez me apercebo mais de que este blog vive apenas de sensações momentâneas de desabafo. De situações caricatas que nos vão ensinando o que é viver, e nos ajudam a encontrar o nosso lugar na Vida.
No contexto desta reflexão insiro como objecto de divagação um filme que me levou ao cinema esta semana. "In the Land of the Women", ou "No Mundo das Mulheres" como está traduzido em português.

Deixo desde já claro de que não se trata de um grande filme, na minha humilde e leiga opinião claro, daqueles que nos deixam a matutar horas sem conta sobre um si
mples pormenor ou uma qualquer cena, e que entram facilmente para a nossa hall of fame. Trata-se contudo, de uma agradável película, que, num período de blockbusters, apresenta uma interessante alternativa cinematográfica.
Desde logo com personagens fortes: apresenta-nos uma renascida Meg Ryan (o que era feito dela?), e um super natural Adam Brody (quem não conhece o caricato Seth Cohen da série The O.C.) a caminho de ser um bom actor. Ah(!), e não esquecer o excelente desempenho de Olympia Dukakis, como avó da personagem de Brody.
No fundo trata-se apenas de mais uma história de vida, ou melhor, várias histórias de vida, que se cruzam num guião simples, sem grandes novidades, mas com personagens, situações e diálogos de uma grande riqueza.

Finalmente, mesmo não sendo um filme extraordinário, não deixa, antes pelo contrário, de ter inúmeros pormenores sensacionais que acabam por justificar a compra do bilhete.
O que mais me chamou à atenção, e demonstra uma grande sensibilidade de vida
e mestria de realização, está directamente relacionado com um palhaço! (lol) Passo a explicar, na cena em que as personagens de Ryan e Brody se conhecem, é metido ao barulho o pequeno cão de Sarah (Meg Ryan), cujo nome é "palhaço". De seguida, assistimos no filme ao primeiro passeio/conversa entre estas duas personagens. Basicamente, é nestes passeios e troca de experiências de vida que ambos se conhecem e fazem crescer o sentimento recíproco nutrido. Logo a seguir ao engraçado acontecimento com o nome do pequeno cão, quando os dois iniciam o pequeno trilho da sua vida em conjunto, em segundo plano aparece-nos um palhaço com balões, mas não um palhaço qualquer. E é na sua cara que está o pormenor delicioso. Em vez da natural face sorridente que todos nós associamos aos palhaços, este aparece com uma cara séria, carrancudo, como um trabalhador que chega a casa depois do dia de trabalho. Não como um palhaço,... mas como um homem que faz de palhaço para viver. É no mínimo interessante comparar este pequeno pormenor aqui inserido com o que se está a passar com as personagens principais nesse mesmo momento: o início do encruzilhar das suas tão diferentes, mas ambas sem rumo, vidas. Tudo isto passa-se apenas numa qestão de segundo(s).
Concluíndo, acaba por ser um filme elegante, que me interessou pelas personagens bem construídas, pela forte componente de história de vida real, e pelos pormenores de realização que nos vão cativando a atenção.


publicado por Casmurro às 02:49

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